JEJUM INTERMITENTE É UMA BOA?

Você já deve ter ouvido falar em jejum intermitente, certo?

Nos últimos anos o jejum foi palco para grandes debates nas redes sociais. Com promessas rápidas e eficazes para o emagrecimento, melhora do foco, controle do apetite e tratamento de diversas doenças metabólicas, essa prática conquistou uma legião de fãs adeptos e defensores do jejum intermitente.

Mas o que a ciência da nutrição diz sobre o tema? Será que o jejum intermitente é realmente a solução para todos esses problemas de saúde cada vez mais recorrentes na população?

Primeiro vamos entender do que se trata essa dieta...

O jejum intermitente é um tipo de dieta que envolve padrões de alimentação e jejum (não consumir alimentos) que não limita quais alimentos você ingere, mas sim, quando você pode comê-los. Existem alguns tipos de jejum intermitente sendo eles:

- Jejum periódico: Esse padrão alimentar consiste em jejuar apenas 1 ou 2 dias por semana e consumir alimentos de forma livre em 5 a 6 dias por semana.

Jejum em dias alternados (JDA): é definido como um padrão cíclico de alimentação que envolve jejum completo (consumo de não calorias) por um período de 24 horas, seguido de uma janela de alimentação livre por 24 horas.

Jejum em dias alternados modificado: é um subtipo do jejum em dias alternados (JDA), que envolve o consumo de 25% ou menos das calorias necessárias por um período de 24 horas, seguido de uma janela de alimentação livre nas 24 horas seguintes.

Alimentação com restrição de tempo (ART): é definida como uma dieta de jejum completo (consumo de não calorias) por pelo menos 12 horas por dia, seguido de uma janela de alimentação livre pelo resto do dia, se repete todos os dias.

Jejuns religiosos comuns: No jejum islâmico do Ramadã os muçulmanos em todo o mundo jejuam durante um mês todos os anos, do nascer ao pôr do sol. Esse jejum os praticantes se abstem de comer e beber . O jejum varia no número de horas dependendo de onde o praticante está situado no mundo pois o tempo de jejum depende do horário do nascer e do pôr do sol. O mês do Ramadã muda todos os anos, dependendo do calendário lunar islâmico. Durante o período após o pôr do sol e antes do seu nascer, os muçulmanos são livres para consumir alimentos e bebidas sem restrição calórica (alimentação livre).

O que a ciência da nutrição diz?

É fato comprovado de que o jejum intermitente traz benefícios à saúde de quem o pratica. Desde a melhora de diversos parâmetros de saúde cardiometabólica, até a tão sonhada perda de peso! Todavia, esses benefícios só ocorrem devido ao déficit calórico que na grande maioria das vezes se obtém com esta prática alimentar. Os estudos já demonstraram que, quando comparado a dietas convencionais que possuem um déficit calórico (porém sem restrição de tempo para comer), os resultados no emagrecimento e na saúde cardiometabólica são similares...

Visto isso, de nada adianta aderir ao jejum intermitente se durante a sua janela de alimentação você consumir mais calorias do que seu corpo precisa! Desse modo você não irá emagrecer.

O jejum intermitente pode ser uma estratégia viável para alguns pacientes que buscam melhora na saúde e conseguem se adaptar bem a ficar mais tempo sem comer, porém ele não é superior a restrição calórica convencional em uma dieta sem restrição de tempo para comer. Vale salientar que é importante buscar um nutricionista ou médico nutrólogo antes de iniciar a prática do jejum, isso pois, alguns indivíduos usam medicamentos que podem aumentar o risco de hipoglicemias ("Baixo açúcar no sangue") ou “pressão baixa”.

Referencias bibliográficas:

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